Serei eu...



Serei eu a indómita consciência
Dum tempo capaz de abraçar tormentas
Ou de lembrar voos ausentes de gaivotas
Esquecidos numa linha de desejos

Serei eu capaz de ouvir na distância
Um pulsar de vontades marés
Ou sentir crepúsculos extenuantes
De olhares enevoados

Serei eu a vontade do mar
Que desenlaça virtudes que o desejo escreve
Amanheceres impolutos em horizontes difusos

Serei eu os caminhos vazios de silêncios
Veredas que se desencontram
Um ponto no universo que reflete um brilho memorial.

Cecília Vilas Boas



 
foto António Caeiro

 


 

Comentários

  1. Já não vinha aqui há imenso tempo. Mas ainda bem que vim, pois tive a felicidade de encontrar este teu excelente poema. Parabéns pelo talento.
    Continuação de boa semana, querida amiga Cecília.
    Beijo.

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